No último post, “Colecistite Aguda: Patogênese, Clínica e Diagnóstico”, falamos sobre os principais pontos no reconhecimento e identificação de um quadro de colecistite aguda. Se ainda possuir alguma dúvida sobre o processo de formação de cálculos no sistema biliar, retorne ao artigo “Doença Calculosa Biliar”. Hoje iremos terminar o assunto de colecistite, trazendo as principais formas de intervenção, assim como o reconhecimento de suas possíveis complicações.
Colecistite Aguda: Tratamento, Complicações e Considerações Finais
No último post, “Colecistite Aguda: Patogênese, Clínica e Diagnóstico”, falamos sobre os principais pontos no reconhecimento e identificação de um quadro de colecistite aguda. Se ainda possuir alguma dúvida sobre o processo de formação de cálculos no sistema biliar, retorne ao artigo “Doença Calculosa Biliar”. Hoje iremos terminar o assunto de colecistite, trazendo as principais formas de intervenção, assim como o reconhecimento de suas possíveis complicações.
O tratamento inicial do paciente com colecistite envolve um adequado suporte clínico: internação hospitalar, hidratação venosa, analgesia e dieta zero. A conduta mais aceita atualmente é a antibioticoterapia por 7 a 10 dias (geralmente monoterapia com cefalosporina de terceira geração, podendo-se acrescentar metronidazol em pacientes imunodeprimidos, pelo maior risco de anaeróbios) seguida da colecistectomia videolaparoscópica precoce, isto é, ainda na mesma internação (até 72 horas). Uma opção de exceção, em pacientes com risco cirúrgico proibitivo, é a colecistostomia percutânea.
Dentre as complicações de um quadro de colecistite, destacamos:
- Empiema;
- Perfuração livre para a cavidade, com peritonite generalizada;
- Perfuração localizada, formando um abscesso pericolecístico;
- Íleo Biliar (é a obstrução do delgado por um cálculo biliar volumoso que alcançou o intestino através de uma fístula);
- Colecistite Enfisematosa (quando ocorre infecção pelo Clostridium perfringens, caracterizando-se pela presença de gás na parede da vesícula biliar).
Dizemos no início que 95% dos casos de colecistite decorriam da presença de um cálculo. Nos 5% restantes, ocorre o que chamamos de colecistite alitiásica, entidade que acomete geralmente pacientes que necessitam de cuidados intensivos, como os politraumatizados, grandes queimados ou pós-operatório de grande porte. Frequentemente os sintomas são mascarados pelo estado crítico do paciente. Desse modo, a presença de febre e leucocitose em um paciente grave deve sempre levantar como diagnóstico diferencial a colecistite alitiásica.
Igor Torturella