A pneumonia é uma condição clínica muito comum na prática médica em todos os ambientes, podendo ser encontrada desde em pacientes ambulatoriais aos pacientes internados em unidades fechadas.
Neste texto trataremos das pneumonias comunitárias, ou seja, aquelas em que o o agente infeccioso é proveniente do ambiente fora das unidades de saúde. Embora seja uma doença relativamente pouco complexa, uma das dúvidas mais importantes no manejo desta condição é se o paciente deve ou não ser internado para o tratamento da pneumonia.
Existem duas ferramentas validadas para este fim, o Pneumonia Severity Index e o CURB-65. Embora o primeiro seja uma ferramenta superior, é de difícil utilização, pois envolve 20 diferentes variáveis. Por este motivo, o CURB-65 é muito mais usado, e ainda assim apresenta uma ótima precisão em separar os pacientes graves dos não graves.
O nome CURB-65 é um acrônimo para as 5 variáveis usadas neste escore. São elas:
- Confusão mental presente
- Urea (Blood Urea Nitrogen) – ureia sérica maior que 43mg/dL
- Respiratory rate (frequência respiratória) – ≥30irpm
- Blood pressure (pressão arterial) – sistólica ≤90 mmHg ou diastólica ≤60 mmHg
- 65 anos de idade ou mais
Pacientes com pontuação de 0 apresentam baixa mortalidade em 30 dias, logo são tratadas ambulatorialmente. Já aqueles com 2 pontos o risco aumenta consideravelmente, logo recomenda-se internar. Pacientes com 3 ou mais pontos possuem alto risco de vida, portanto requerem internação em CTI.
Vale lembrar que tanto o PSI quanto o CURB-65 apenas auxiliam a tomada de decisão, mas não são mais importantes que o julgamento clínico.
Fonte: Mandell LA, Wunderink RG. Pneumonia. In: Kasper D, Fauci A, Hauser S, Longo D, Jameson J, Loscalzo J. eds. Harrison’s Principles of Internal Medicine, 19e. New York, NY: McGraw-Hill; 2015.